SOBRE
Este estudo tem na sua origem um protocolo de cooperação institucional estabelecido entre as Infraestruturas de Portugal (IP), CCDRN, Turismo de Porto e Norte de Portugal e as Câmaras Municipais de Foz Côa e do Peso da Régua. No referido protocolo, a IP ficou com o encargo de promover a análise técnica e ambiental, que assenta na realização de um estudo onde são identificadas e quantificadas as intervenções a realizar na infraestrutura com vista à sua reabilitação e futuro restabelecimento do serviço ferroviário no troço Pocinho – Barca D’Alva da Linha do Douro.
Neste âmbito, o GEG desenvolveu para a IP as seguintes componentes do estudo de viabilidade técnica e económico:
- Infraestrutura e plataforma de via-férrea
- Plataforma da via – caracterização da plataforma ferroviária (infraestrutura) existente tendo em vista uma proposta de dimensionamento para uma plataforma da classe P2 (qualidade média), de acordo com IRS 70719:2020;
- Drenagem – estudo hidrológico, diagnóstico dos órgãos de drenagem existentes e propostas de atuação;
- Geologia, Geotecnia e Estruturas de proteção e estabilização da plataforma – definição das necessidades de estabilização e proteção ao nível dos taludes de escavação (incluindo levantamento, classificação de níveis de risco, análise e proposta de intervenção preliminar em 120 taludes – 25 quilómetros de taludes de escavação), taludes de aterro e reabilitação e reforço de muros.
- Infraestrutura de obras de arte e túneis
- Pontes – análise de 4 pontes tendo em conta os novos requisitos definidos (classe de carga D2), tendo-se concluído sobre a sua possível manutenção, foram definidas as necessidades de reabilitação e reforço.
- Passagens inferiores – análise de 3 passagens inferiores cuja substituição foi preconizada;
- Túneis – tendo em atenção o objetivo de eletrificação do troço os túneis foram inspecionados e definidas as necessárias medidas de reabilitação e reforço associadas ao rebaixamento determinado;
- Passagens Hidráulicas – análise da capacidade de vazão dos órgãos de drenagem associados às principais linhas de água e definição das medidas de atuação necessárias.
- Ambiente: caracterização da situação existente e avaliação dos aspetos relevantes à viabilidade na vertente territorial, natural social e económica.
- Prospeção geológico-geotécnica: definição, execução e acompanhamento de campanha de auscultação da plataforma ferroviária existente (incluindo no interior dos túneis).
As análises e intervenções previstas têm como objetivo a reabilitação do corredor ferroviário português da Linha do Douro que se encontra desativado, entre as estações do Pocinho e Barca d’Alva, desde 1988. O troço em estudo apresenta atualmente as seguintes características principais:
- Troço de estudo entre o PK 172+850 (próximo da estação do Pocinho) e o PK 199+890 (próximo à estação de Barca d’Alva), totalizando 27,1 quilómetros;
- Via única balastrada com bitola ibérica, não eletrificada e cujo ano de construção data de 1887. A reabertura implica e eletrificação do troço;
- 3 estações e 1 apeadeiro: Côa; Castelo Melhor, Almendra e Barca d’Alva;
- 4 pontes: 1 ponte de alvenaria (Canivais com 64m) e 3 metálicas (Côa – 91m, Aguiar – 104m e Gricha – 91m);
- 3 passagens inferiores;
- 6 passagens hidráulicas de maior dimensão (pontões) e 135 órgãos de drenagem transversal;
- 2 túneis: Castelo Melhor (80m) e Almendra (91m).
Do ponto de vista técnico e ambiental conclui-se que as soluções e propostas analisadas direcionam, de forma positiva, para a confirmação da viabilidade da reabilitação da ligação ferroviária.